Lotação e falta de álcool nos ônibus de BH rendem 8,1 mil multas em quatro meses



Exceder a lotação máxima e não disponibilizar álcool em gel nos ônibus renderam 8.109 multas às empresas de transporte público da capital. Capazes de favorecer a transmissão da Covid-19, as irregularidades foram anotadas pelos fiscais de 17 de março a 16 de julho. Na ponta do lápis, a média é de 67 autuações por dia.
Em Belo Horizonte, os coletivos convencionais só podem circular com até dez passageiros em pé. Nos carros articulados do Move, o número sobe para 20 e, nos micro-ônibus, são permitidos até cinco usuários sem assento. 
Valor
No entanto, flagrar cenas de veículos desrespeitando a lotação não é tarefa difícil, como o Hoje em Dia já mostrou em outras ocasiões. Tanto essa infração quanto a ausência do álcool em gel nos coletivos podem gerar multa de R$ 539,50.
A BHTrans não disponibilizou fonte para falar sobre a situação. Em nota, a autarquia informou que a fiscalização é feita por agentes que percorrem os ônibus em todas as estações. O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) não se manifestou até o fechamento desta edição.

Perigo
O fluxo diário de pessoas torna o transporte público uma das principais preocupações dos médicos e especialistas no enfrentamento à pandemia de Covid-19. Professor da UFMG e integrante do Comitê de Enfrentamento à Epidemia de Covid-19 da Prefeitura de Belo Horizonte, Unaí Tupinambás aconselha que, em caso de ônibus cheio, o passageiro aguarde por outro veículo. 
O infectologista orienta a quem precisa sair de casa que, se possível, procure horários alternativos, para fugir de aglomerações durante o pico, quando o transporte coletivo costuma estar mais cheio. 
Além do uso da máscara, ele reforça que o passageiro não deve conversar nos ônibus para diminuir o risco de contágio do vírus.
Prejuízos
Devido às medidas de segurança impostas pela prefeitura de BH, o Setra já garantiu que as empresas de ônibus estão tendo prejuízos diários. Os danos financeiros, de acordo com o sindicato, poderão provocar um colapso no sistema.
“O custo médio de uma viagem do transporte coletivo em Belo Horizonte é de R$ 220. A arrecadação média na roleta hoje está em R$ 105, ou seja, a cada viagem realizada, o sistema teve um prejuízo de R$ 115 em junho”, informa comunicado.

Desde o último dia 12 os ônibus rodam com horário reduzido aos domingos e feriados. As viagens são realizadas entre 6h e 9h59 e entre 16h e 19h59 – exceto linhas alimentadoras das estações de integração, que também terão viagens aos domingos e feriados na faixa horária compreendida entre 20h e 20h59.

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